Tiro-de-Guerra-06-004-Cruz-das-Almas-BA

Uma coisa que chamou  muito a minha atenção quando passei a residir aqui em Cruz das Almas, foi essa estreita relação afetiva que a cidade mantém com o Tiro de Guerra.

Assim como em muitas cidades do interior, o Serviço Militar aqui é composto pela Junta de Serviço Militar, pelo Tiro de Guerra no município e pela Delegacia de Serviço Militar na região.

A Junta de Serviço Militar é responsável pela emissão de documentos pertinentes ao Exército Brasileiro e a regularização da situação militar. Já o Tiro de Guerra é a instituição que mantém convênio com a Prefeitura, responsável por fornecer as instalações e a manutenção do prédio. O Exército Brasileiro fornece fardamento, munição, material bélico, instrutores, entre outros.

O Tiro de Guerra (TG) é uma instituição que resultou de uma parceria sólida entre o Exército Brasileiro, o Poder Executivo Municipal e a sociedade. Um exemplo dessa cooperação, é o fato de que, geralmente, o prefeito é o diretor do TG.

Sua origem remonta ao século XX, quando discutia-se a importância do Serviço Militar. Nesse momento, surge a figura de um dos maiores poetas brasileiros, Olavo Bilac. Por sua contribuição como defensor exímio do Serviço Militar obrigatório e dos Tiros de Guerra, o escritor foi consagrado Patrono do Serviço Militar.

Outro elemento relacionado à origem da instituição é o nome dado aos seus integrantes – atiradores. Essa denominação faz referência ao seu passado, pois antes o TG era denominado de Sociedade de Tiro.

O Tiro de Guerra é responsável pela formação dos atiradores (soldados) e de cabos para o Exército Brasileiro, ambos de 2a categoria, ou seja, reservistas.

Essa instituição militar possui uma função muito semelhante a dos quartéis convencionais do Exército. Desse modo, atua na formação e na consolidação do civismo e da cidadania dos jovens voluntários.

No TG são ministradas diversas instruções militares que permitem aos seus integrantes a preparação básica para se tornarem reservistas. Contudo, esses treinamentos são menos intensos do que os que ocorrem no período básico militar convencional.

Mais do que uma instituição militar, o Tiro de Guerra é um patrimônio da sociedade, uma vez que, além de permitir o cumprimento da Lei de Serviço Militar, também oferece ao jovem a oportunidade de servir à Pátria e contribuir na defesa de seu país.

Vale ressaltar que pessoas formadas pelo Tiro de Guerra não necessariamente vão para a guerra; podem atuar nos casos de calamidade pública, catástrofes, Garantia da Lei e da Ordem, Controle de Distúrbios Civis, além de diversas outras atividades que zelam pelo bem estar social.

 

O TIRO DE GUERRA EM CRUZ DAS ALMAS

O Tiro de Guerra 06-004, antigamente chamado de TG 116, foi criado pela Portaria Ministerial nº 115, de 8 de abril de 1952, por iniciativa do Senhor Jorge Guerra, Prefeito Municipal de Cruz das Almas e a sede do Tiro de Guerra aqui em Cruz teve vários endereços. Em 1972, a sede ficava no número 47 da Praça da Bandeira. Atualmente, ela está localizada na Rua José Henrique de Andrade, onde funciona desde janeiro de 1973 e foi construída na administração do então prefeito Dr. Fernando Carvalho de Araújo.

Muitos dos Chefes-de-Instrução que passaram pelo TG ainda são lembrados pela população com especial apreço: Sargento Domingos, Sargento Melo, Sargento Lobato, Sargento Baltazar, Tenente Pedro, Sargento Visintainer, Subtenente Richarles, entre outros.

Uma memória afetiva do cruzalmense é acordar com o brado, o cantar ritmado dos atiradores correndo, de manhã cedo, pelas ruas de Cruz.

Por fim, para mim é cada vez mais evidente o valor inestimável que o TG tem para as pessoas desta cidade.

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